Mudar hábitos, como hoje nos mostra a neurociência e a experiência prática daqueles que passam por isso, é sempre desafiador. Isso ocorre porque, de certa forma, “somos” os hábitos que temos.

Em função disso, qualquer mudança pessoal não se resume a “bons pensamentos”, por melhores que sejam, mas exige também ações concretas e cotidianas para que tais mudanças sejam duradouras.

Isso implica, muitas vezes, aprender a desenvolver uma postura resiliente, que respeite o processo de mudança e que não queira simplesmente se “livrar” dos maus hábitos. Mas sim que saiba reconhecê-los e nos permita inicialmente lidar com eles.

Com esse propósito, nossa conversa de hoje oferecerá a você 16 instigantes ponderações que nos fazer pensar sobre o tema da mudança de hábitos e que nos inspiram para essa tarefa.

Falaremos também um pouco sobre o que é um hábito, quais seus componentes e as principais razões que dificultam sua transformação.

Em seguida, listaremos 6 condutas essenciais para mudar hábitos antigos e arraigados e construir hábitos novos que possibilitem alcançar o que é realmente importante para nós.

Por fim, na terceira parte dessa nossa conversa, vamos mostrar para você qual a relação entre transformar hábitos e autoconhecimento.

Vamos juntos?

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Instigantes Ponderações sobre a Mudança de Hábitos e a Realização de Nossos Objetivos

Hábitos: uma Breve Definição e seus Componentes Básicos

A maioria das escolhas que fazemos a cada dia pode parecer fruto de decisões tomadas com bastante consideração, porém não são. Elas são hábitos.

Charles Duhigg

Um hábito pode ser brevemente definido como as ações e os comportamentos que realizamos de forma rotineira e automática. Embora parte deles inicialmente possa ocorrer de forma consciente, a tendência é que ao longo do tempo se tornem inconscientes e invisíveis.

Por sua vez, podemos identificar 3 componentes básicos dos hábitos: gatilho, rotina e recompensa, conforme esclarece Charles Duhigg, autor do livro “O Poder do Hábito”.

O primeiro – o gatilho – é o evento a partir do qual o hábito é ativado. O segundo componente – a rotina – é o comportamento repetitivo e, muitas vezes, inconsciente que constitui esse hábito. Pode também ser entendido como o “hábito em si”. Já o terceiro componente – a recompensa – é o “ganho” psíquico que temos por manter aquele hábito.

Contudo, mesmo que esses “ganhos” possam gerar consequências negativas a nós sob o ponto de vista físico e mental, a previsibilidade, o alívio ou o prazer imediatos gerados pela manutenção do hábito são, por si só, entendidos como consequências positivas para nossa mente, e por isso tendem a ser mantidos por ela.

Este fato, portanto, está na raiz de grande parte das dificuldades que temos para transformar nossas ações e comportamentos rotineiros. O que não significa, contudo, que não podemos mudá-los. Apenas precisamos ser realistas quanto ao modo como ocorre esse processo.

Em outras palavras, as intenções por trás da mudança de hábitos são importantes para manter nossa motivação e para nos conectarmos a novos sentimentos e pensamentos que sustentam os novos comportamentos. Contudo, podem não ser suficientes.

Por isso, é importante também estarmos cientes a respeito de outros elementos importantes nesse processo, como os 3 componentes que estruturam os hábitos, vistos acima.

Nós somos aquilo que fazemos repetidamente. Excelência, então, não é um modo de agir, mas um hábito.

Will Durant

Como mudar hábitos: uma Visão Geral

Os hábitos são a vitória do tempo sobre a vontade.

Michel de Montaigne

A estrutura dos hábitos nos permite entender que, para ter sucesso em sua transformação, é fundamental reconhecer qual é o gatilho ao qual o hábito está associado e qual a sua recompensa. Pois, a partir disso, podemos definir um novo hábito ou rotina que se relacione ao gatilho antigo e que traga uma recompensa melhor, tornando a mudança de hábitos possível.

Para ficar mais claro, Charles Duhigg, o autor “O Poder do Hábito”, nos fornece um exemplo pessoal. Seu gatilho era uma pausa que fazia no meio de um estressante dia de trabalho. Seu hábito – ou rotina – era parar em uma cafeteria e comprar cookies. A recompensa, por sua vez,  não era o doce, mas a pausa em si, para descansar a cabeça.

O efeito negativo desse hábito, contudo, era o ganho de peso e a piora de sua saúde. Para mudar o hábito de comer doces, Duhigg manteve o mesmo gatilho – a pausa no trabalho – e a mesma recompensa – poder relaxar e espairecer.

Porém, mudou o hábito de comer o cookie pelo de convidar algum colega de trabalho para caminhar com ele durante a pausa.

Identificar o gatilho e a recompensa que estão ligados à rotina foram, portanto, fundamentais para mudar seu antigo hábito que lhe estava trazendo problemas por outro mais saudável.

Segundo o autor, simplesmente deixar um hábito ruim de lado é algo muito difícil. O mais provável é que ele ressurja em momentos de estresse.  Nesse sentido, o que precisamos buscar é sua substituição e não a eliminação do hábito

E isso não vale apenas para atitudes e comportamentos concretos; vale para tudo, como pensamentos e sentimentos negativos, como vimos no artigo anterior.

Em lugar de eliminá-los ou simplesmente reprimi-los, o melhor caminho é substitui-los gradativamente por outros pensamentos e sentimentos mais benéficos a nós.

6 Condutas Essenciais para Começar a Transformar a sua Rotina e a Realizar seus Objetivos

A partir desses breves esclarecimentos sobre a natureza dos hábitos, apresentamos agora 6 passos essenciais, conforme apontam os principais especialistas sobre o tema, para começarmos a mudar nossos hábitos e realizar nossos objetivos de vida até então bloqueados por alguns de nossos comportamentos repetitivos.

1 – DESISTA DA IDEIA DE “DESAPRENDER” SEUS HÁBITOS

A gente não se liberta de um hábito atirando-o pela janela: é preciso fazê-lo descer a escada, degrau por degrau.

Mark Twain

As pesquisas mais recentes na área da neurociência mostram que pessoas que supostamente haviam “desaprendido” determinados comportamentos possuíam uma quantidade maior de conexões cerebrais do que antes da “desaprendizagem”.

Isso indica que, ao contrário de ter eliminado os registros dos comportamentos anteriores existentes em seu cérebro, essas pessoas os mantiveram. Porém, aprenderam outros comportamentos que com o tempo se tornaram mais “fortes” que os anteriores.

Por isso, como afirmado antes, a primeira conduta para mudar hábitos é reconhecer que eles não podem ser “destruídos” ou simplesmente “eliminados”, mas sim substituídos por hábitos mais fortes.

Hoje sei que dá pra renascer várias vezes nessa mesma vida. Basta desaprender o receio de mudar!

Martha Medeiros

2 – “SIGA” O HÁBITO

Pensamentos viram ações
Ações viram hábitos
Hábitos viram o caráter
E o caráter vira o seu destino.

James C. Hunter

Essa segunda conduta diz respeito à importância de identificar os componentes que constituem a cadeia que produz os hábitos como, por exemplo, os gatilhos que os produzem e as recompensas que eles geram

Além disso, é importante, sempre que possível, identificar os “hábitos em si”, ou seja, os novos comportamentos que queremos criar e consolidar e aqueles que queremos enfraquecer e trocar pelos primeiros.

Aqui vale, dentre outras coisas, reservar um tempo para colocar no papel uma lista de “hábitos bons”, desde os mais triviais até os mais amplos e complexos (ex.: arrumar a cama toda manhã, limpar a casa com regularidade, praticar exercícios físicos regulares, comer de forma equilibrada, manter atividades de lazer específicas etc.).

Além disso, é importante fazer também uma lista de “hábitos ruins” (ex.: usar celular na cama, comer lanches rápidos no almoço, beber em excesso nos finais de semana, ter inveja das pessoas no trabalho etc.) que queremos substituir.

Coisas curiosas, hábitos. As próprias pessoas nunca souberam que os possuem.

Agatha Christie

3- PREPARE O “CENÁRIO” PARA A MUDANÇA

Nunca melhora o seu estado quem muda só de lugar mas não de vida e hábitos.

Francisco de Quevedo

Para a neurociência e a psicologia clínica, a influência do ambiente sobre o comportamento das pessoas é hoje algo consensual e entendida como incontornável para buscar qualquer tipo de mudança.

Por isso, uma vez identificados os hábitos que queremos substituir e os elementos que compõem sua estrutura caso a caso, é fundamental preparar nosso ambiente de modo a dificultar a autossabotagem e facilitar a mudança.

Se, por exemplo, desejamos criar uma rotina de exercícios físicos, é importante escolhermos um local de que gostamos para sua prática, estabelecer horários fixos e dias regulares para se exercitar e, se possível, convidar um amigo ou familiar para praticar junto com a gente.

Isso é especialmente importante para pessoas que procuram superar seus vícios, inclusive os mais graves, como a dependência química. Estas pessoas precisam evitar ao máximo ambientes e relações sociais que sirvam como gatilhos para o consumo daquilo que são dependentes. 

Ignorar o contexto em que a pessoa está para que a mudança ocorra é algo que vai contra o que dizem os estudos mais avançados sobre o tema, além de ser uma atitude muitas vezes cruel.

Em função de uma perspectiva “internalista” e a cultura individualista em que somos formados, é muito comum reduzir à mudança à existência ou à falta de “força de vontade”.

Ambientes estressantes, em certos casos, são gatilhos perfeitos para que maus hábitos sejam perpetuados.

É fácil criticar o comportamento ou os hábitos de quem está em situação de conforto pior do que a nossa!

Francis Iacona

4 – VÁ AOS POUCOS

O maior erro do homem é achar que ele é fraco por natureza, mau por natureza. Todo homem é divino e forte em sua verdadeira natureza. Fraco e mau são seus hábitos, seus desejos e seus pensamentos, mas não ele próprio.

Ramana Maharshi

Em função do fato de que muitos dos hábitos que queremos mudar serem fontes de sofrimento, nossa tendência é querer eliminá-los todos de uma vez. Contudo, as chances de que isso dê errado são enormes.

O procedimento correto aqui é “subir um degrau de cada vez”. Isso significa estabelecer pequenos ou micro objetivos e metas.

Traçar metas muito altas no início e potencialmente inalcançáveis só vai produzir o efeito contrário ao desejado, causando desmotivação e facilitando a autossabotagem.

Por isso, o ideal é priorizar uma ou duas mudanças de hábito que, naquele momento, são mais importantes para você, tendo em vista o sofrimento e as limitações que têm produzido em sua vida atual.

Aquilo que mais receamos é o que nos faz sair dos nossos hábitos.

Fiódor Dostoiévski

5 – CONSOLIDE COMPORTAMENTOS CONTRÁRIOS AOS VELHOS HÁBITOS

Uma boa forma de mudar hábitos é desenvolver o hábito de melhorar hábitos.

Álex Rovira

Procure desenvolver hábitos que sejam claramente incompatíveis com os hábitos a serem substituídos. Ou seja, que ao serem realizados necessariamente implicam deixar praticar o hábito anterior, no velho e bom espírito do “assobiar e chupar cana”.

Segundo os neurocientistas, essa é uma das formas mais efetivas para fortalecer os hábitos desejados ao mesmo tempo em que enfraquecemos os comportamentos prejudiciais que vão no sentido contrário. E, aos poucos, vá aumentando a frequência dos primeiros.

Contudo, no caso de comportamentos compulsivos, a melhor forma de implementar uma nova conduta é substituir o hábito antigo por mais de um novo hábito – dois, três ou mais hábitos menores e incompatíveis com o primeiro.

Esse cuidado é importante para evitar que o comportamento substituto se transforme em uma nova forma de compulsão.

À medida que aprendemos a falar do coração, estaremos a mudar os hábitos de uma vida.

Marshall B. Rosenberg

6 – ACEITE O TEMPO DO PROCESSO

A vida é um processo de crescimento, uma combinação de situações que temos de atravessar. As pessoas falham quando querem eleger uma situação e permanecer nela. Esse é um tipo de morte.

Anaïs Nin

Aqui vale a velha máxima: “cada caso é um caso”. Cada pessoa tem seu próprio ritmo e uma trajetória de mudança que lhe é peculiar.

Ser capaz de se observar, aceitar seus limites, suas recaídas, não se culpar, adotar uma postura corajosa e compassiva e valorizar suas conquistas são, portanto, posturas essenciais. 

Em suma, respeite seu processo e seu tempo. Busque o autoconhecimento.

Até o último suspiro a vida é um processo.

Lya Luft

AUTOCONHECIMENTO: o Fundamento para a Mudança de Hábitos

As naturezas dos homens são parecidas; são os seus hábitos que os afastam uns dos outros.

Confúcio

Como é possível perceber, ser capaz de focar em si próprio e de mudar os próprios hábitos não é uma tarefa trivial. Sobretudo diante de uma realidade atribulada e exaustiva, na qual muitas vezes estamos subordinados a exigências externas.

Nesse contexto, é comum colocarmos nosso bem-estar em segundo plano.

Em função disso, embora as pessoas desejem mudar ações e comportamentos que lhes sejam prejudiciais e conseguir enfrentar momentos difíceis, em grande parte dos casos não conseguem ter a clareza nem ter a persistência necessárias para fazer isso.

Pois mudar nossos hábitos, como vimos, envolve conhecer nossas reais preferências, ou mais especificamente, o que realmente nos faz bem e que está em sintonia com nossas necessidades mais importantes.

E, para além disso, implica a capacidade de colocar tudo isso em prática em nosso cotidiano.

É por isso que a mudança de hábitos é uma questão de AUTOCONHECIMENTO.

Mas e Como Conquistar o AUTOCONHECIMENTO?

Conquistar o autoconhecimento envolve a capacidade de superar o “vício” em nossos aspectos negativos, resultantes de traumas em nossa criação e de padrões de pensamento pessimistas.

Em outras palavras, a capacidade de superar os hábitos negativos de pensamento e de comportamento que adquirimos desde a infância.

Hábitos que levam ao medo de se relacionar, de ser amado e, assim, às mais diversas insatisfações com a vida. Em suma, envolve descobrir as raízes dos nossos problemas atuais relacionados a nossos hábitos negativos.

Superar essa situação certamente não se trata de algo mágico. Porém, também não é uma conquista acessível apenas a pessoas extraordinárias. Requer apenas a obtenção das respostas certas e precisas sobre o que é realmente importante para nós, o que realmente nos faz bem.

E, além disso, o reconhecimento dos padrões habituais que nos impedem de obter essas respostas, ou seja, daquilo que nos prejudica de verdade, para então resgatarmos o equilíbrio entre todas as áreas da nossa vida.

A boa notícia é que seguir os caminhos para obter essa transformação é algo que já existe e que vem sendo trilhado todos os dias por inúmeras pessoas que desejam, dentre outras coisas, superar seus bloqueios e limitações em direção a uma vida muito mais realizada e feliz.

Se você ficou interessado nessa transformação, a partir de uma abordagem destinada a todos os públicos e focada na desprogramação dos padrões e crenças habituais que limitam nossa realização pessoal, então saiba mais AQUI.

Sua decisão em seguir esse caminho será o primeiro e mais importante passo para começar a mudar sua realidade e para iniciar um novo momento em sua vida. Aproveite!

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